A economia brasileira cresceu 3,4% em 2024, o melhor resultado desde 2021, mas com sinais de desaceleração no final do ano, segundo a GloboNews, com análise de Alexandre Espírito Santo, coordenador de economia e finanças da ESPM.
O principal motor desse crescimento foi o consumo das famílias no setor de serviços, que impulsionou o mercado de trabalho, levando o desemprego a níveis historicamente baixos. Transferências de renda e aumento dos gastos públicos também ajudaram a sustentar a economia.
No setor produtivo, a indústria cresceu 3,3%, enquanto a agropecuária recuou, impactada por fatores climáticos. No comércio exterior, as exportações aumentaram, mas as importações cresceram ainda mais (15%), refletindo maior demanda por produtos como químicos e máquinas.
No cenário global, o Brasil ficou na 20ª posição entre 64 países, superando Coreia do Sul, Canadá e México.
Mas, o professor Alexandre Espírito Santo destaca que o crescimento de 3,4% do PIB em 2024 foi impulsionado sobretudo pelo consumo das famílias e do governo. No entanto, ele alerta que esse modelo de crescimento não é sustentável no longo prazo, comparando-o a uma alimentação desequilibrada, em que pode gerar um aumento rápido de peso, mas com efeitos colaterais, como inflação e necessidade de intervenção do Banco Central.
Segundo Espirito Santo, enquanto a política fiscal do governo é expansionista, incentivando gastos, o Banco Central adota uma postura contracionista, elevando os juros para conter a inflação. “Essa “queda de braço” entre governo e Banco Central pode impactar o crescimento econômico.”
Para 2025, o economista prevê uma desaceleração significativa do PIB, podendo cair para 1,8%, menos da metade do crescimento atual. Ele reforça a importância de um crescimento mais equilibrado, com investimentos em infraestrutura e aumento da capacidade produtiva, para evitar depender excessivamente do consumo e dos estímulos fiscais.
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Alexandre Espirito Santo