Saiba quem pode fazer esse tipo de curso, como é o processo seletivo, qual a duração e como são as atividades dessa modalidade
Para entender como funciona o doutorado é necessário saber de antemão que o mais alto grau acadêmico é um programa de pós-graduação stricto sensu direcionado à formação de doutores pesquisadores ou pesquisadores acadêmicos.
Ao realizar uma pesquisa inédita sobre um tema específico, o doutorando propõe hipóteses sobre uma determinada área com o objetivo de contribuir com novas descobertas, soluções ou inovações.
Denilde Holzhacker, diretora acadêmica de Pesquisa e Pós Stricto Sensu da ESPM, explica como é o doutorado na prática. Confira:
Quem pode fazer um doutorado
O doutorado é uma pós-graduação destinada a professores, cientistas e profissionais que desejam apresentar propostas para melhorar ou solucionar problemas existentes apresentando ideias novas e originais.
Autodisciplina é requisito fundamental
De maneira geral quem faz doutorado também trabalha e é preciso ter muita disciplina para conciliar essas demandas. O primeiro passo é fazer esse processo de organização com o orientador para definir quais são as fases importantes da pesquisa, das aulas e de produção de material.
O sucesso do estudo resulta da boa relação do estudante com o orientador para a construção de um plano de desenvolvimento de quatro anos. Obviamente surgirão mudanças no decorrer da pesquisa, mas o planejamento dá uma tranquilidade porque a pessoa sabe o que precisa entregar.
Qual é a duração do doutorado
O doutorado tem duração de quatro anos, podendo haver uma extensão de seis meses nesse prazo.
Como é o processo seletivo
Uma banca de professores examina a proposta do interessado e o entrevista. O futuro doutorando recebe uma bibliografia para se preparar para essa conversa. A avaliação também inclui uma prova de proficiência em língua estrangeira, geralmente inglês ou espanhol.
Como é a grade curricular de um doutorado
O doutorado é uma pós-graduação voltada à pesquisa e por esse motivo as disciplinas da grade curricular são customizadas de acordo com o tema escolhido. “Há uma disciplina obrigatória de método quantitativo ou qualitativo, e aí depende da tese, e o estudante escolhe algumas disciplinas optativas eletivas ao longo do semestre. Ele cumpre pelo menos uma disciplina por bimestre nos dois primeiros anos”, explica Denilde. “Depois, como tem participação em grupos de pesquisa, ele vai ter outras atividades nos outros dois anos, que vão ficar mais intensas, e é o período que ele tem de trabalhar na tese”.
Como são as atividades de um doutorado
Boa parte das atividades são de orientação do trabalho e o estudo também envolve a produção de papers, participação em seminários, congressos e estágio de docente, um pré-requisito exigido pelo Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Ao final de cada semestre o doutorando entrega um relatório de todas as suas atividades e esse documento tem que ser aprovado pelo orientador.
“O que que a ESPM faz de diferente é permitir que os estudantes de doutorado possam fazer o estágio nos cursos do lato sensu ou de educação continuada, porque a gente entende que em geral são pessoas que vão dar palestras e vão ter algum tipo de atividade que envolva treinamento”, diz Denilde. “Essa é uma característica do nosso programa, permitir que a pessoa possa ter um desenvolvimento não só para graduação, mas também pelo lato sensu”.
As disciplinas da grade curricular são bimestrais e semestrais. “Nas bimestrais, geralmente o trabalho é no final do curso porque o tempo de desenvolvimento é menor, já nas semestrais a avaliação pode ter vários momentos” , explica Denilde.
Uma característica do doutorado é a participação em atividades complementares, cuja quantidade varia conforme o curso. Essas atividades incluem discussões e participação em seminários onde os alunos palestram para colegas, e isso já é uma forma de avaliação. Dependendo da tese que a pessoa desenvolve, projetos de extensão de impacto social também fazem parte desses créditos.
Como é a orientação em um doutorado
O estudante é mentorado por um orientador, que é um profissional que conhece o tema proposto pelo doutorando. O contato com o professor é semanal para a verificação do andamento do trabalho, discussão de problemas e busca de soluções. “Ele vai orientar não só para seu trabalho de tese, mas para as atividades de pesquisa, de publicação de papers, de escolha das disciplinas eletivas pela afinidade que o doutorando tem com o seu tema”, explica Denilde.
O orientador também faz a ponte entre seus alunos e outros estudantes para troca de informações e compartilhamento de problemas e dores, organizando conversas que ajudam a superar desafios da pesquisa e fortalecer o trabalho.
Como são as avaliações da pesquisa
A professora frisa que cursar um doutorado tem menos a ver com o que o professor ensina e mais com a autonomia da pessoa. Afinal, trata-se de um trabalho que estimula o debate em um nível diferente e acima de uma aula da graduação ou de um lato sensu. “São pessoas que já estão num nível de discussão de maturidade, então o processo de avaliação também entra nessa lógica e as entregas vão sendo feitas ao longo do processo”.
Se houver necessidade, dá para trocar de projeto
Pode acontecer de o projeto de pesquisa mudar, demandando a substituição do orientador por alguém mais afinado com o tema, ou a relação entre o doutorando e o orientador não dar match. Nesses casos, o coordenador da pós-graduação busca a melhor solução.
Mesmo que o orientador mude, o prazo de 4 anos do doutorado permanece igual, podendo ser estendido por mais seis meses.
Doutorado sanduíche
A ESPM incentiva fortemente os estudantes a fazerem doutorado sanduíche, que consiste em passar um período no exterior realizando a pesquisa em uma universidade de outro país. Esse intercâmbio ocorre no período de seis a doze meses, a partir do terceiro ano da pós. O doutorado sanduíche também pode ser feito em instituições de ensino de outros estados do Brasil.
Quer cursar o doutorado na ESPM?
A ESPM tem dois processos anuais para a inscrição no doutorado:
- Em maio os interessados se candidatam para a pós que começa em agosto.
- Em novembro são as candidaturas para ingressar na pós em fevereiro.
O Capes define a quantidade de vagas, que geralmente é de 10 a 12.
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