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Guia para inovar: tudo o que você precisa saber

Entenda o que é inovação, sua relação com a criatividade e como gerir projetos inovadores

 

Inovar é o desejo de muitas empresas e profissionais, mas inovação não é sinônimo de criatividade e sim um componente do ciclo da criatividade. Em 2007, Steve Jobs, CEO da Apple, fez uma apresentação na qual mostrou para a plateia um iPod, um telefone celular e um computador com acesso à internet. Ressaltou os potenciais dos gadgets e em seguida apresentou o iPhone, explicando que o smartphone reunia os três equipamentos em um só e na palma da mão.

 

Aquele dia entrou para a história da tecnologia porque marcou o lançamento de um produto, na época, tão inovador que mudou a maneira de as pessoas se comunicarem e acessarem a internet. Em outras palavras, o iPhone causou grande impacto, corroborando que a inovação entrega para a sociedade algo que as pessoas não estão vendo ou nem estão prontas para receber, e que causa uma transformação importante.

 

O que é inovação

Inovação tem a ver com mudar o jogo, como fez a Apple ao criar o primeiro smartphone do mundo. É materializar ideias, produtos, serviços, processos, métodos e soluções que transformem as coisas e causem impactos positivos. Isso acontece quando profissionais e empresas inovadoras desafiam o que já existe e está sedimentado.

 

Tipos de inovação

Os profissionais e as corporações trabalham baseados em três tipos de inovação:

 

·  Inovação incremental

Incrementar significa melhorar. Portanto, a inovação incremental se refere a realizar mudanças sem radicalizar, e sim para evoluir e melhorar o negócio. O atendimento por chatbot é um exemplo, já que seu objetivo é abrir um canal de comunicação sem que seja necessário telefonar para agendar uma consulta médica, por exemplo.

 

·  Inovação radical

Acontece quando uma empresa muda seu posicionamento “da água para o vinho” e revoluciona, por exemplo, sua maneira de interagir com os consumidores ofertando produtos ou serviços de uma maneira diferente. O e-commerce, algo tão básico atualmente, é resultado de uma mente inovadora que teve a ideia de criar uma loja virtual para as pessoas comprarem produtos sem sair de casa.

 

·  Inovação disruptiva

Esse tipo de inovação traz um modelo de negócio totalmente novo, que as pessoas não conheciam, e se relaciona com a tecnologia e sua capacidade de acompanhar mudanças de comportamento.

 

Por conta disso, ações de inovação disruptiva são ágeis e atingem muitas pessoas. Um exemplo é o Airbnb, que oferece um modelo de hospedagem mais intimista, permitindo que pessoas aluguem imóveis ou quartos em propriedades de pessoas comuns e não em hotéis.

 

A inovação disruptiva sempre entrega algum valor e novas propostas: preço reduzido, agilidade no envio de compras pela internet e aproveitamento dos recursos naturais, por exemplo.

 

A relação entre criatividade e a inovação

Thiago Gringon, coordenador da Pós-graduação Certificate em Criatividade, Experiências & Comunidades da ESPM, costuma dizer que é mais difícil ser inovador do que ser criativo, porque um projeto ou produto inovador devem causar um impacto relevante a ponto de mudar as coisas.

 

Criatividade deriva da observação do entorno, do que acontece no mundo, na sociedade e com o próprio indivíduo, e a partir disso extrair o sumo para criar. E quando o produto dessa criação é fora da caixa, totalmente novo e disruptivo, percebe-se a relação entre inovação e criatividade. Mas, como Gringon diz, inovar não é tão fácil.

 

A inovação precisa de gestão

A inovação é um processo complexo que demanda conhecimento, análise, muito trabalho e gestão. Significa ter gestores atentos ao mercado, que observam o que está acontecendo, analisam a concorrência, as necessidades dos consumidores, as novas tecnologias e os novos processos de trabalho. Isso inclui conhecer processos de outro segmento, que no futuro podem ser úteis – ou seja, a gestão da inovação pede mentes abertas e curiosas.

 

Como funciona a gestão para inovação

A corporação que mapeia o mercado e sabe onde pode inovar também tem consciência de que uma mudança significativa pode acontecer a partir do aperfeiçoamento de um processo ou de ações mais impactantes, capazes de romper com velhos métodos, padrões e conceitos.

 

Um aliado de peso nesse caminho é a tecnologia, uma espécie de irmã da inovação. Cada vez mais acessíveis, as tecnologias são ferramentas potentes em qualquer negócio. Gestores que analisam o mercado mirando o futuro e o imponderável identificam tendências e desenvolvem projetos pensando em qual tecnologia adotar para uma boa gestão.

 

Em muitas empresas, quem se encarrega disso é CMO (Chief Marketing Officer), profissional dotado de uma visão integral do negócio, do mercado, da concorrência e das tendências, além, é claro, das tecnologias emergentes que podem ser aplicadas para dar vida ao projeto.

 

Inovação não é obrigação

Embora o mercado peça inovação, não significa que uma empresa tem que inovar sempre. Mesmo porque, uma inovação como o iPhone, por exemplo, deixa de ser disruptiva logo após o seu lançamento e passa a ser adotada por todo o setor.

 

Em vez de se preocupar em esbanjar inovação, as corporações devem se dedicar a criar produtos e serviços de qualidade, que sejam bons para a sociedade e tragam na bagagem preocupações importantes, como impactos socioambientais.

 

Como ser inovador

Para ser inovador é necessário criar produtos e serviços capazes de mudar as configurações do mercado e de ditar novos comportamentos.

 

Pensar no mundo daqui 15 ou 25 anos impulsiona a criatividade inovadora e o combustível para isso pode vir do consumo de conteúdos de ficção, que permitem vislumbrar cenários futuros e como podem vir a ser as necessidades das pessoas.

 

O mais importante é fazer um exercício mental de tentar imaginar o que a sociedade vai precisar lá na frente. Você já pensou em como seria a vida se não existisse geladeira? Transporte essa ideia para o mundo daqui 25 anos e questione o que pode ser uma demanda importante para muitas pessoas.

 

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Roberta De Lucca
Jornalista colaboradora do Núcleo de Conteúdo ESPM
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SEED Program

ESPM, em parceria com a Gorom Association (https://gorom.org/en/), está promovendo uma colaboração acadêmica que visa a desenvolver habilidades de empreendedorismo social, liderança e comunicação intercultural, o que permitirá um aprofundamento da compreensão do desenvolvimento de negócios globais a quatro estudantes selecionados para participar do programa, que se iniciou em julho e culminará em uma apresentação de resultados em dezembro de 2023.

O programa deste ano envolve a preocupação com a revitalização da economia local no Japão, país que tem enfrentado o envelhecimento da sociedade e a baixa taxa de natalidade e que, juntamente com outros fatores econômicos, tem imposto muitos desafios para o desenvolvimento dos negócios. Na edição deste ano, os participantes serão divididos em quatro grupos de pesquisa, envolvendo os setores de saquê, vinho, joias e têxteis, para desenvolverem soluções de propostas concretas de negócios.

Para isso, ao longo de cinco meses do programa, os participantes serão capacitados por meio de aulas, debates, realização de pesquisas e orientações, a desenvolverem suas propostas. Essas atividades serão realizadas online, mas, ao final do programa, será realizado o Study Tour ao Japão, que oferecerá uma oportunidade para os alunos levarem as habilidades e conhecimentos que adquiriram e aplicá-los de forma prática.

Serão cerca de 12 dias, em que os estudantes finalizarão as consultas e as pesquisas de campo, conversarão com especialistas, produtores locais e líderes comunitários antes da apresentação de suas conclusões, em um “Pitch Final” aos empresários e outros stakeholders-chave na cidade de Yamanashi, em dezembro de 2023.