Nos anos 2010, com a expansão da TV a cabo, da internet e do streaming, consolidou-se a percepção, tanto no senso comum quanto no meio acadêmico, de que as séries representavam o futuro do audiovisual, enquanto a TV aberta e seu modelo tradicional de novelas eram considerados ultrapassados. No entanto, o sucesso de audiência de Beleza Fatal, em exibição na Max, demonstra um resgate das novelas como um produto essencialmente brasileiro e altamente atrativo.
Pedro Curi, coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio e especialista em cultura de fã, destaca que esse novo modelo de novela reflete mudanças no hábito de consumo, mas que a convergência entre TV aberta e vídeo por demanda tem sido a grande aposta das plataformas. “O Globoplay tem investido fortemente na ampliação de seu catálogo, tanto com novas produções quanto com remakes de novelas clássicas. O relançamento de Vale Tudo, por exemplo, fortalece a nostalgia e mantém o gênero vivo para novas gerações.”
Felipe Lopes, professor do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio, concorda e ressalta que TV aberta e streaming compartilham o mesmo espaço, disputando uma audiência que se comporta de maneiras distintas – o que impacta diretamente o formato das produções. “Enquanto uma telenovela tradicional pode ter entre 180 e 200 capítulos, Beleza Fatal conta com apenas 40, exigindo um ritmo mais ágil e resoluções mais rápidas para os arcos dramáticos.”
Além de oferecer novas formas de consumo, o streaming também tem atraído novos públicos. Muitos jovens que antes não acompanhavam telenovelas passaram a assistir produções como Todas as Flores e Beleza Fatal. Lopes destaca que o mercado audiovisual vive um momento vibrante com obras que conquistam grande sucesso – desde que contem com um bom roteiro, atuações sólidas, direção competente e produção de qualidade.
Os especialistas compartilharam suas análises no portal Universo do Streaming. Confira aqui
Pedro Curi