Conheça melhor esse modelo de trabalho e como é conduzido, os tipos de pesquisa existentes e as diferentes metodologias
Você sabe qual é a importância da pesquisa científica? A resposta é simples: as investigações respondem perguntas levantadas pela classe acadêmica, que busca soluções para ajudar o planeta e a sociedade. Esse trabalho é feito por quem cursa mestrado acadêmico ou profissional, doutorado, pós-doutorado e até MBA, dependendo do curso escolhido.
“Todos os campos de conhecimento precisam de pesquisas científicas e o Brasil possui centros universitários bem estruturados para a produção de estudos consistentes”, afirma Eliza Casadei, coordenadora do Mestrado e do Doutorado em Comunicação e Práticas do Consumo da ESPM. A professora conversou com a nossa reportagem e detalhou o que é e como se faz uma pesquisa científica. Confira:
O que é pesquisa científica?
Um pesquisador parte de uma pergunta sobre qualquer tema que o incomoda – e a partir disso ele trabalha em cima de uma metodologia estruturada para encontrar respostas. “O grande objetivo é entender como o mundo funciona e há muitas formas de entender isso. A diferença de uma pesquisa para a pesquisa científica é que ela busca explicar como algo funciona a partir de parâmetros bem específicos e próprios de uma área”, diz Eliza.
Para que serve uma pesquisa científica?
O objetivo da pesquisa científica é identificar lacunas e tentar encontrar respostas sobre como determinadas coisas ou sistemas funcionam. Pode acontecer de o estudo não trazer uma solução, mas não significa insucesso. Ao contrário, a própria falta de uma resposta concreta é o resultado da pesquisa, que alerta futuros cientistas de que o caminho escolhido pelo autor daquele estudo não encontrou respostas.
Importância da pesquisa científica
O resultado de uma pesquisa impacta nas ações humanas, uma vez que ajuda a formatar a visão de mundo das pessoas e o seu comportamento. Enquanto o ovo foi considerado um alimento vilão, o consumo caiu. Quando passou a comida do bem, o consumo aumentou. “Essas verdades têm características provisórias, porque o conhecimento muda, avança e estrutura o modo como caminhamos no mundo. A pesquisa científica tem função social, ela estrutura a sociedade de acordo com o conhecimento científico e as possibilidades tecnológicas que temos”.
Tipos de pesquisa científica
Pesquisa básica: o pesquisador levanta um problema e o investiga, mas não tem obrigação de encontrar uma solução e uma aplicação para seu questionamento.
Pesquisa aplicada: o cientista pesquisa um problema específico e o estudo tem que apresentar uma solução e o que pode ser feito para a sua execução.
No doutorado e no pós-doutorado, a pesquisa pode ser básica ou aplicada, e no mestrado profissional só se faz pesquisa aplicada.
Como é feita uma pesquisa científica?
O cientista segue os seguintes passos para encontrar respostas para a sua pergunta:
- Primeiro ele se encontra um tema que o incomoda e faz uma pergunta para procurar uma resposta.
- Em seguida ele pesquisa os trabalhos científicos que já foram publicados sobre esse assunto. Assim, ele não só estuda o que foi feito, mas se prepara para dar sequência, complementar ou solucionar os questionamentos anteriores.
- O terceiro passo consiste em escolher que metodologia será usada no trabalho. Todas as áreas de conhecimento têm metodologias específicas que têm de ser seguidas, mas que podem ser complementadas com elementos autorais trazidos pelo pesquisador.
Metodologias de pesquisa científica
Eliza explica que há dois tipos principais de metodologia e o pesquisador escolhe qual usar em função da resposta que ele procura:
Pesquisa quantitativa: trabalha com um grande volume de dados para quantificar e extrair números.
Pesquisa qualitativa: trabalha com um conjunto de dados pequeno para, a partir de uma visão micro, compreender uma questão específica.
“Depois da coleta e escolha do conjunto de dados, o pesquisador justifica porque escolheu essa amostragem”, diz Eliza. “Ele usa a amostra com a metodologia e testa hipóteses. Essa é a grande fase da análise, onde as abordagens são mais exploratórias e podem levantar hipóteses descritivas, onde pesquisador só descreve o fenômeno, ou explicativas, que explicam o porquê”.