“O marketing é sobre as pessoas”, afirma Philip Kotler, novo professor da ESPM

O pai do marketing celebrou sua entrada na equipe de docentes da instituição com uma masterclass repleta de reflexões sobre a área

Philip Kotler agora é professor da ESPM. O pai do marketing chega à casa do marketing para conduzir o curso exclusivo Strategic H2H Marketing, destinado a gestores e profissionais da área. “Estou muito feliz de trabalhar com essa organização”, afirmou ele. “O curso Strategic H2H Marketing será muito frutífero.”

A novidade foi celebrada com uma masterclass ministrada por Kotler. Presente virtualmente no evento, o novo professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing trouxe reflexões sobre o marketing do presente e do futuro. “O marketing é centrado na humanidade”, disse o mestre. 

Confira alguns destaques da palestra abaixo.

Marketing H2H 

Um dos temas do curso ministrado por Kotler é a estratégia de Marketing H2H, de humano para humano. “O marketing é sobre as pessoas. Pessoas conhecendo pessoas. Impactar outras pessoas e ser impactado por elas também.” Segundo ele, esse cuidado se refere às relações humanas, não só com investidores e consumidores, mas também com outros stakeholders, como funcionários e fornecedores. 

Marketing com propósito

Kotler questionou o significado e as práticas atuais do marketing. “Há até igrejas fazendo marketing, não sei quem não faz marketing”, declarou. Com tantas opções e estímulos, o propósito real do marketing pode se perder ao longo do caminho. O professor fez questão de lembrar quais são as prioridades: “O maior propósito do marketing é inovar, criar produtos novos e melhores, novos mercados e mais felicidade na sociedade. O propósito do marketing é melhorar as nossas vidas e aumentar a felicidade dos clientes”.

Curto x longo prazo

Seguindo essa lógica, Kotler acredita que as empresas têm duas opções: maximizar os lucros a curto prazo ou a longo prazo. Os empreendimentos que seguem a primeira alternativa são aqueles que oferecem salários baixos aos funcionários, usam fornecedores e distribuidores de baixo custo e não têm preocupações ambientais ou comunitárias. Esse modelo, no entanto, tem data de validade. Já as empresas que querem focar no longo prazo devem adotar responsabilidades, como marketing sustentável, práticas éticas centradas nas pessoas, stakeholders ativos, balanço global e local, educação e aprendizado contínuo. 

Sustentabilidade

O cuidado não se reserva somente às relações humanas: é necessário também que as empresas se atentem à natureza e ao planeta. Kotler foi categórico ao falar sobre sustentabilidade: “Se você não acrescentar sustentabilidade [na sua empresa], definitivamente ficará fora dos negócios”.

O que não fazer

Existem motivos pelos quais muitas pessoas não gostam do marketing. O professor lista algumas das práticas que devem ser evitadas para não contribuir com esse fenômeno, como inundar o consumidor com anúncios e interrupções, a obsolescência planejada, o uso de práticas enganosas ou a venda de produtos a quem não pode comprá-los. “O marketing é uma mistura de críticos e de bons contribuidores”, disse Kotler. Ele também é contra os seguintes tipos de marketing: o sem ética, o do desperdício e o fútil. 

Marketing P3

Até então, eram consideradas estratégias de marketing aquelas que seguiam os 4 Ps — produto, preço, praça, promoção. Kotler considera esse conceito tático, e aponta uma nova proposta: o marketing 3Ps. “O marketing é sobre juntar as pessoas com propósito”, explicou ele. “Diria que a prosperidade é mais estratégica. Juntar pessoas corretas com o propósito correto para que o planeta esteja bem.”

Marketing no futuro 

De acordo com Kotler, para sobreviver no futuro, é necessário construir marcas fortes, que conquistem posições dominantes nos canais de distribuição. “O marketing de hoje tem que ser diferente do de amanhã. Os consumidores estão mudando, as leis e as pessoas estão mudando, estejamos em recessão ou crescimento, tudo está sempre mudando”, aconselhou. “Precisamos de novas ideias. Se sua empresa não tem um processo de inovação, eu não compraria ações dela.”

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