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Análise SWOT: o que é e como fazer

Entenda para que serve e como funciona essa ferramenta de análise de planejamento

 

Para fazer um bom planejamento estratégico as empresas recorrem à análise SWOT, uma ferramenta de síntese analítica de qualquer tipo de planejamento – estratégico, operacional ou de marketing, por exemplo. Artur Vasconcellos, coordenador de Pós-Graduação e Educação Continuada da ESPM em Porto Alegre, explica que essa avaliação é feita a partir da matriz de análise SWOT, uma ilustração com quatro quadrantes onde são listadas as ameaças e oportunidades do mercado e as forças e fraquezas internas da companhia, conforme se vê abaixo:

 

Swot ESPM

 

O que significa SWOT?

SWOT é a sigla em inglês de Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças) e cada letra corresponde a um quadrante da matriz. Forças e fraquezas se referem a fatores internos da empresa, e oportunidades e ameaças dizem respeito a fatores externos.

 

Matriz SWOT x Análise SWOT

Vasconcellos explica que é comum as pessoas acharem que análise SWOT e matriz SWOT são a mesma coisa, mas não são. A matriz SWOT é onde se tangibilizam os elementos dos quatro quadrantes e a análise SWOT consiste em analisar o resultado dessa matriz e adotar alguma aplicação prática.

 

Para que serve a matriz SWOT?

Para um entendimento bem objetivo da matriz SWOT, as frases são curtas e condensam a essência de uma etapa analítica de um planejamento estratégico que tem centenas de páginas. “Então, para que serve a matriz SWOT? Exatamente para fazer essa ponte entre a etapa analítica e a tomada de decisão. Como é que eu vou para uma reunião de tomada de decisão tendo que ler toda hora 200 páginas? Eu vou projetar só esse slide (da matriz SWOT), porque aqui está a essência, o resumo da ópera”.

 

Como é a análise SWOT na prática

Para analisar as informações e detectar fraquezas, ameaças, forças e oportunidades, o ideal é criar grupos com pessoas que têm poder de decisão e de contribuição. As equipes vão trabalhar a etapa analítica baseadas em dados da empresa e da concorrência e vão elencar os pontos mais relevantes e mais impactantes dos ambientes interno e externo, e as oportunidades e ameaças do cenário externo.

 

Ambiente interno

O objetivo é identificar quais são as forças e fraquezas da empresa. “É uma análise interna que fornece insumos de dados e fatos para se chegar a um consenso sobre os pontos fortes e fracos”.

 

Na análise interna, também é importante olhar para concorrência para fazer uma análise comparativa. Não adianta a empresa achar que é muito boa, e de fato ser muito boa, se o concorrente é muito melhor.

 

Ambiente externo

Observa-se o macro ambiente, ou seja, economia, política, tecnologia, sociedade, concorrência e cliente. “Pesquisar o cliente para a análise externa é entender seu comportamento de compra. Eu vou ter uma bateria de perguntas sobre como ele vê a empresa e outra sobre ele. Como ele compra, o que influencia (a compra), onde ele gosta de comprar. Eu estou falando do comportamento dele”.

 

Os dados de macroambiente são pesquisados junto a fontes externas, como instituições financeiras, organismos oficiais e pesquisas de mercado, por exemplo. A análise do concorrente observa o que está visível, como, por exemplo, o seu comportamento nas redes sociais, suas últimas campanhas, que estratégias vem realizando e o que a opinião pública fala sobre essa empresa.

 

Forças e fraquezas

Pontos fortes e fracos são elementos das variáveis internas da empresa e para identificá-los é necessário ter dados, como os de pesquisas, por exemplo. É preciso fazer pesquisa para saber a opinião do cliente, ouvir as lideranças de diversas áreas, organizar rodas de conversa com colaboradores de diferentes setores e níveis hierárquicos e, claro, fazer uma análise financeira para saber como está a performance da empresa, entre outras variáveis importantes.

 

Oportunidades e ameaças

Quando se analisam os fatores externos, observa-se o macro ambiente, ou seja, economia, política, tecnologia, sociedade, concorrência e cliente. Os dados de macroambiente são pesquisados junto a fontes externas, como instituições financeiras, organismos oficiais e institutos de pesquisa, por exemplo.

 

Como fazer a matriz SWOT

A melhor maneira de construir a matriz SWOT é por meio de workshops com grupos multidisciplinares de gestão e tomada de decisão, e também levar em conta o olhar de colaboradores e clientes.

 

Depois que cada grupo fez o seu brainstorming, são apontadas as convergências e as divergências, e começa um debate sadio de filtragem até se chegar ao consenso do que é ponto forte e fraco. “O que é consenso entre todo mundo nem precisa ser validado com dados. Aquilo que tem divergência a gente vai ter que trazer dados e fatos e debater até alguém abrir mão da sua posição”, ensina Vasconcellos.

 

Vasconcellos explica que contratar uma consultoria para orientar a elaboração da matriz e da análise SWOT ajuda, porque esse parceiro tem um olhar externo que faz um contraponto à visão da empresa e tem bom aporte metodológico.

 

“Não é raro, em processos de planejamento e construção de SWOT, as empresas terem uma visão do seu produto e a consultoria fazer o papel de advogado do diabo, que é o papel do consultor”. Uma consultoria também traz muitos dados e fatos que vão além da visão dos gestores.

 

Exemplo de Matriz SWOT

Para exemplificar como fica a matriz SWOT depois que os grupos de trabalho listaram ameaças, fraquezas, forças e oportunidades, Vasconcellos trouxe um modelo feito por sua consultoria para um hospital.

 

Exemplo de swot

 

O hospital que tem uma cultura muito humanizada, é uma marca muito forte e bem qualificada, que possui um ambiente amistoso e boa estrutura hospitalar. Mas como ponto fraco tem uma situação financeira frágil, não tem clareza de visão de futuro, a governança e a tomada de decisão também são problemas.

 

Ao observar a matriz SWOT é visível que há mais pontos fortes do que fracos. Nas oportunidades, destacam-se se a valorização da saúde, áreas que vem crescendo no setor hospitalar, como oncologia, e uma série de situações favoráveis e desfavoráveis, entre elas concorrentes fortes, uma onda de fusões e aquisições e a superverticalização dos planos de saúde, por exemplo.

 

Erros comuns ao fazer a matriz SWOT

Um grande erro na elaboração da SWOT é a falta de preparo das pessoas que se reúnem para fazer a matriz. “É bem comum gestores e lideranças sentarem em reuniões e desenharem a matriz de acordo com o que cada um acha, e apontarem as convergências e as divergências de interpretações para chegar no consenso”, afirma o professor.

 

Esse não é o método mais adequado, porque a análise SWOT, como síntese analítica, vem para culminar, finalizar e sintetizar uma etapa de análise de pesquisa que é muito mais robusta do que as pessoas darem sua opinião para decidir o que entra na matriz.

 

De acordo com o professor da ESPM, outros erros ocorrem na etapa de preenchimento da matriz. As pessoas discriminam pontos fortes em ameaças e é comum confundir ações com oportunidades. Um exemplo é considerar lançar um e-commerce como oportunidade, quando na verdade é uma ação.

 

“Oportunidades são situações favoráveis do ambiente externo. Quando o consumo de chocolates no Brasil aumenta, isso é uma oportunidade”. Portanto, uma empresa de alimentos pode aproveitar essa oportunidade de aquecimento desse segmento e incluir chocolate no seu portfólio – isso é uma ação. “A ação é o que que eu vou fazer com uma oportunidade”.

 

O que fazer com a matriz SWOT em mãos?

O passo seguinte é a análise para identificar quais são os nossos pontos fracos que precisam de ações prioritárias, quais ameaças são mais impactantes e precisam de proteção, quais oportunidades são mais promissoras e devem ser aproveitadas.

 

A corporação tem que priorizar o que é mais importante e fazer escolhas para tomar decisões. Significa determinar objetivos e metas, e quais projetos e ações serão executados. O plano de ação contém cronograma, investimento, estratégias de marketing e o que mais for necessário para aquele planejamento.

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Roberta De Lucca
Jornalista colaboradora do Núcleo de Conteúdo ESPM
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SEED Program

ESPM, em parceria com a Gorom Association (https://gorom.org/en/), está promovendo uma colaboração acadêmica que visa a desenvolver habilidades de empreendedorismo social, liderança e comunicação intercultural, o que permitirá um aprofundamento da compreensão do desenvolvimento de negócios globais a quatro estudantes selecionados para participar do programa, que se iniciou em julho e culminará em uma apresentação de resultados em dezembro de 2023.

O programa deste ano envolve a preocupação com a revitalização da economia local no Japão, país que tem enfrentado o envelhecimento da sociedade e a baixa taxa de natalidade e que, juntamente com outros fatores econômicos, tem imposto muitos desafios para o desenvolvimento dos negócios. Na edição deste ano, os participantes serão divididos em quatro grupos de pesquisa, envolvendo os setores de saquê, vinho, joias e têxteis, para desenvolverem soluções de propostas concretas de negócios.

Para isso, ao longo de cinco meses do programa, os participantes serão capacitados por meio de aulas, debates, realização de pesquisas e orientações, a desenvolverem suas propostas. Essas atividades serão realizadas online, mas, ao final do programa, será realizado o Study Tour ao Japão, que oferecerá uma oportunidade para os alunos levarem as habilidades e conhecimentos que adquiriram e aplicá-los de forma prática.

Serão cerca de 12 dias, em que os estudantes finalizarão as consultas e as pesquisas de campo, conversarão com especialistas, produtores locais e líderes comunitários antes da apresentação de suas conclusões, em um “Pitch Final” aos empresários e outros stakeholders-chave na cidade de Yamanashi, em dezembro de 2023.