Fique por dentro do que essa área estuda e como ela pode ajudar empresas a compreenderem melhor o consumidor
O biomédico Billy Nascimento, coordenador e professor do Master em Neurociência do Consumidor da ESPM, explica o que é neurociência com uma definição simples e objetiva: “a neurociência é uma área da Biologia que entende os processos de informação que o organismo tem em relação ao ambiente externo e o ambiente interno”. Em outras palavras, significa que esse campo científico estuda as reações do sistema nervoso a impulsos e estímulos além do campo racional, permitindo que essa análise ajude a entender o comportamento do consumidor.
Neurociência aplicada aos negócios
Desde o surgimento da internet 2.0 e das mídias digitais, as empresas passaram a coletar dados sobre o comportamento dos consumidores em diversas esferas. Dessa maneira, as corporações passaram a saber “o que” acontece, mas não entendiam “por quê”. A resposta veio na adoção da neurociência como instrumento de interpretação comportamental e para ajudar uma marca a conceber estratégias de vendas alinhadas com um cenário real.
Neuromarketing
Para isso, recorre-se ao neuromarketing, que se vale de conceitos da neurociência aplicado ao marketing, auxiliando as empresas a entender o comportamento do consumidor para conceber estratégias eficazes.
O neuromarketing observa manifestações fisiológicas e comportamentos humanos diante de situações específicas e assim destrincha processos não falados. Esse instrumento é muito utilizado atualmente em pesquisas de mercado, como se fosse uma versão turbinada dos modelos mais antigos – entrevistas individuais, grupo focal e pesquisa qualitativa.
“As empresas de pesquisa investem em tecnologia e metodologia para entender o que a pessoa não fala”, explica Nascimento, que também é cofundador da consultoria Forebrain. “E se valem de exames como o eletroencefalograma para investigar as ondas elétricas cerebrais e avaliar como elas estão relacionadas às experiências do indivíduo.”. A avaliação leva o participante para um laboratório onde ele é submetido a estímulos de eletrodos colocados em sua cabeça, que analisam suas respostas fisiológicas. O estudo também pode ser feito pela internet com o recurso de avaliação do eye tracking (rastreamento do movimento dos olhos), permitindo analisar o tempo de reação às tarefas propostas.
O resultado dessa metodologia que estuda causa e efeito (ação e resposta fisiológica) entrega para as empresas informações relevantes sobre as reações humanas, ajudando no planejamento de ações.
Teste da salivação
O coordenador da ESPM cita o exemplo da campanha “fome de méqui”, realizada em 2020 pelo McDonald´s no Brasil. As pessoas avaliadas assistiam a um vídeo com um Big Mac e um lanche com as mesmas características. Quando o Big Mac aparecia na tela, as pessoas salivavam mais e esse foi o mote para a campanha.
Curso de neurociência
Por tudo isso, há um campo de atuação para institutos de pesquisa e um mercado para a formação de profissionais das áreas de marketing e negócios. Eles sairão de um curso de especialização como o Master em Neurociência do Consumidor da ESPM com conhecimento sobre o tema e, principalmente, com bagagem para saber contratar uma empresa de pesquisa e fazer a construção de insights, de perceber o mundo e o consumidor de uma forma diferente para trabalhar uma marca e seus produtos.
Como se vê, há um nicho de trabalho para profissionais de negócios e marketing que são formados em cursos como o Master em Neurociência do Consumidor da ESPM. Além de entender o que é e para que serve a neurociência, e como extrair insights a partir dos resultados das pesquisas, os estudantes aprendem a perceber o consumidor e o universo em que estão inseridos e a contratarem empresas especializadas em análises baseadas na neurociência.