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O que é e para que serve a Economia Comportamental

Esse desdobramento da economia tradicional estuda como as pessoas tomam decisões econômicas 

 

Existe um ramo da economia que tem o objetivo estudar os hábitos dos consumidores. Para explicar o que é e para que serve a Economia Comportamental, conversamos com Paula Sauer, professora dos cursos Master em Economia Comportamental e Master em Comportamento e Ciências do Consumo da ESPM. 

 

Segundo a especialista, a Economia Comportamental é uma “irmã mais velha” da Psicologia Econômica, fundamentada em 1881. O conceito perdeu espaço para a matematização da economia, mas quando o economista Herbert Simon começou a estudar o consumidor por meio da psicologia ele criou a tese “Racionalidade Limitada”, premiada com um Nobel em 1978. 

 

Apesar do reconhecimento, o cientista foi criticado e sua tese não recebeu o devido crédito. As coisas mudaram nos anos 1970, quando psicólogos israelenses fizeram experimentos baseados no trabalho de Simon e constataram que as pessoas pensam de maneiras diferentes com relação ao uso do dinheiro e em um processo de compra. 

 

O que é Economia Comportamental 

A economia comportamental estuda os hábitos, emoções, medos, ilusões, experiências e influências externas, entre diversos aspectos humanos. E como as pessoas reagem aos apelos de produtos que prometem solucionar um problema em pouco tempo – como um chá milagroso que faz a pessoa perder 10 quilos em uma semana. 

 

Como funciona 

“A observação é feita a partir de experimentos como o do professor Simon, que lidou muito bem com a teoria em relação à falta de racionalidade na tomada de decisão”, diz Paula. “Outros especialistas da Psicologia Experimental fizeram estudos em laboratório e observação de acontecimentos in loco para ver como as pessoas reagem.” 

 

Para ilustrar a ideia, ela cita o seguinte exemplo: imagine que as ações de uma empresa na bolsa de valores estão caindo. Uma pessoa racional aproveitaria a oportunidade para investir, mas de maneira geral acontece o oposto. As pessoas vendem suas ações ou saem da bolsa criando um efeito manada, porque amigos também saíram ou por receio de perder dinheiro.  

 

Quem trabalha com economia comportamental? 

Esse comportamento é analisado constantemente por instituições bancárias e financeiras, que se valem da Economia Comportamental e da Psicologia Experimental para conhecer melhor os clientes. “A Economia Comportamental parte do princípio de que não temos tanta capacidade cognitiva como gostaríamos, nem tanta memória quanto imaginamos, e muitas vezes tomamos decisões absolutamente irracionais e encharcadas de emoções”, afirma Paula. 

 

Uma vez que trabalha na observação do comportamento econômico das pessoas, esse nicho da economia é aplicado em segmentos como bancos, hospitais, varejo, agências de publicidade e projetos arquitetônicos, por exemplo. Assim, economistas, planejadores financeiros, advogados, profissionais de marketing comportamental e de outros setores refinam o olhar para acompanhar e entender os processos de racionalidade ou de impulso diante da necessidade de se tomar uma decisão.  

 

O importante, segundo a especialista, “é ser ético ao se estudar temas que se passam no inconsciente das pessoas e usar esses aprendizados sempre para o bem da sociedade”. 

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SEED Program

ESPM, em parceria com a Gorom Association (https://gorom.org/en/), está promovendo uma colaboração acadêmica que visa a desenvolver habilidades de empreendedorismo social, liderança e comunicação intercultural, o que permitirá um aprofundamento da compreensão do desenvolvimento de negócios globais a quatro estudantes selecionados para participar do programa, que se iniciou em julho e culminará em uma apresentação de resultados em dezembro de 2023.

O programa deste ano envolve a preocupação com a revitalização da economia local no Japão, país que tem enfrentado o envelhecimento da sociedade e a baixa taxa de natalidade e que, juntamente com outros fatores econômicos, tem imposto muitos desafios para o desenvolvimento dos negócios. Na edição deste ano, os participantes serão divididos em quatro grupos de pesquisa, envolvendo os setores de saquê, vinho, joias e têxteis, para desenvolverem soluções de propostas concretas de negócios.

Para isso, ao longo de cinco meses do programa, os participantes serão capacitados por meio de aulas, debates, realização de pesquisas e orientações, a desenvolverem suas propostas. Essas atividades serão realizadas online, mas, ao final do programa, será realizado o Study Tour ao Japão, que oferecerá uma oportunidade para os alunos levarem as habilidades e conhecimentos que adquiriram e aplicá-los de forma prática.

Serão cerca de 12 dias, em que os estudantes finalizarão as consultas e as pesquisas de campo, conversarão com especialistas, produtores locais e líderes comunitários antes da apresentação de suas conclusões, em um “Pitch Final” aos empresários e outros stakeholders-chave na cidade de Yamanashi, em dezembro de 2023.